“O vento que passa e me traz calafrios que me sacodem o corpo inteiro. Ziguezagueia pelo chão, brincando de rodamoinho… Passa ao meu redor, assanha-me os cabelos e me joga areia nos olhos, provocando-me lágrimas que se me diluem até os lábios e me fazem surgir um gosto amargo na boca”.
“…Tempos em que dormia ouvindo os lamentos de uma chuva chorosa que escorregava pelos telhados de palhas e em forma de enxurrada e saía à procura do seu mar. Tempos dos banhos de rio em noites de luar… Tempos das caminhadas pelos canais de águas prateadas à procura de peixes ornamentais”.
“…Mas o tempo – esse mesmo que me trouxe para este amanhã que chamamos de hoje – não para. Acho até que ele se torna mais veloz quando estamos felizes”.
“Marias… Minhas inesquecíveis Marias! Eternas musas de tantos dias…! A minha existência seria vazia se não vos tivesse conhecido, minhas doces Marias…”
“Sei que um dia vou partir – fugir, não vou conseguir. Só não sei de que me vou, mas nem quero descobrir. Como escravo eu não sou – pois pra isso nem servi – do meu jeito vou tocando, vou o tempo cozinhando… Vou da morte me esquivando, enquanto a vida ri de mim”.
“- Catraieiro, catraieiro… Doce lembrança da minha infância. Dias de glória da minha história… Vem me tirar desse lugar! Aquele vento que me levou, sem piedade me abandonou. Ando perdido por onde vou e já não sei como voltar…”
“Qual uma flecha lançada ao espaço, léguas e léguas, ansioso, percorrera. Obstáculos e obstáculos, bravamente transpusera, em busca de algo que finalmente descobrira estar lá no próprio ponto de partida”.
“A vitória é sempre criteriosamente compartilhada; mas ninguém compartilha derrota. O ônus da derrota é de propriedade exclusiva do derrotado”.
“Não se perde algo que já não se tem…”
“…Final de tarde de um dia envolto num ar de tristeza. Um vento frio que por ali perambulava, balançava suavemente as copas das árvores. O sol, impedido de pisar o chão do lugar, insinuava-se à distância, através de uma tímida claridade”.
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