
Um vencedor se revela ao longo de uma batalha – seja ela real, social, mental etc.. Enganam-se redondamente os que acreditam que é ali que ele nasce. Na verdade, é ali que ele mostra a sua verdadeira face, é ali que ele mostra a sua cara…!
Mesmo que anonimamente, o vencedor já entra no jogo dotado de todos os ingredientes, principalmente psicológicos, necessários à sua revelação no momento apropriado, no momento em que as circunstâncias clamarem pela sua intercessão.
O vencedor é um fruto da oportunidade. É um broto, ou rebento que germina na mente de seres iluminados, como aqueles caules encimados por uma ou duas folhinhas esverdeadas, já fecundados, que aguardam pacientemente pelas primeiras chuvas sobre a terra árida, para se manifestar.
O verdadeiro vencedor é um repositório de bons hábitos, de boas atitudes e das mais nobres capacidades mentais. Verdade é que ninguém nasce um vencedor, ninguém se faz um vencedor num estalar de dedos, mas, assim como a própria inteligência, uma mente vencedora é construída passo a passo, mudança por mudança… É composta de vitória em vitória e de derrota em derrota. Pasme, mas, a um grande vencedor, também cabe aprender a absorver indigestas derrotas, pois é dali que lhe saem verdadeiros ensinamentos.
Não basta a um candidato a vencedor, portanto, simplesmente adotar um discurso de cunho motivacional e ignorar o seu lixo psicológico, para compor a tão almejada imagem sobre si. Não basta descobrir uma fonte de inspiração e ficar replicando as ideias ali contidas, como quem reza um terço. A mudança tem que ser de cunho mental e processada como a implantação de um chip na nossa mente. Ela tem que ser inserida no nosso piloto automático e passar a emitir respostas como a caixa de marcha de um veículo automático.
Antes de fincarmos o mastro da nossa bandeira no topo de uma elevação que acabamos de escalar, de conquistar, que façamos isso dentro de nós, que façamos isso sobre o amontoado de desqualificações que possam estar pulsando no nosso interior para, só então, partirmos para as ações que gostaríamos de praticar à nossa volta.
Que finquemos o nosso mastro no topo do nosso próprio coração, na nossa própria mente, para que possamos subjugá-los aos novos hábitos e, só então, exercermos poderio sobre as nossas nem sempre tão nobres vontades, sobre as nossas fraquezas, sobre aqueles sentimentos que, aqui e acolá, nos comprometem a imagem e nos causam, muitas vezes, seríssimos desapontamentos.
Somente após adequarmo-nos ao perfil de um vencedor é que conseguiremos enxergar o mundo pelos olhos de um vencedor e procedermos como tal. Só então conseguiremos perceber os paradoxos mentais que compõem a mente de um vencedor e entender que é das suas dificuldades, das suas derrotas que ele extrai os maiores ensinamentos, as maiores sabedorias para garantir o seu lugar entre os bem-aventurados.
Que vençamos as nossas batalhas, mas que não deixemos de aprender a perder também, para que nos tornemos dignos vencedores.
Silvio Cayua
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