Forjando armadura (Transcrição)

por nov 14, 2021


Nego submeter-me ao medo que tira a alegria de minha liberdade, que não me deixa arriscar nada, que me torna pequeno e mesquinho, que me amarra, que não me deixa ser direto e franco, que me persegue, que ocupa negativamente a minha imaginação, que sempre pinta visões sombrias…
 
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo. Eu quero viver, não quero encerrar-me. Não quero ser amigável por medo de ser sincero. Quero pisar firme porque estou seguro – não porque encobri meu medo. E quando me calo, quero fazê-lo por amor – não por temer as consequências de minhas palavras.
 
Não quero acreditar em algo só por medo de acreditar. Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto. Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável. Não quero impor algo aos outros, pelo medo de que queiram impor algo a mim.
 
Por medo de errar, não quero tornar-me inativo. Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo. Não quero fazer-me de importante por medo de ser ignorado. Por convicção e amor, quero fazer o que faço e deixar de fazer o que não queira fazer. Do medo, quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.

Eu quero crer no reino que existe em mim.
 
Rudolf Steiner – Osasco-SP

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